![]() POEMA CANTO DOS OPRIMIDOS (4O anos da morte de Luther King)
Não existe preconceito, o problema é que o negro quer deixar à senzala, quer vir sentar na sala, quer ter direito a fala.
Não existe preconceito, o problema é que o negro, quer deixar à favela, não quer viver de esmola, não quer deixar à escola.
Não existe preconceito, o problema é que o negro não quer descer ladeira, não quer resto de feira, não quer comer poeira.
Não existe preconceito, o problema é que o negro não se dobra com chicote, não se cala com açoite, não é servil à elite.
Não existe preconceito, o problema é que essa negra não sacode essa cadeira, não desce à ladeira, não satisfaz vontade passageira.
Não existe preconceito, o problema é que essa negra frequenta o baile de gala, sabe muito bem o que fala, não perde seu tempo com novela.
Não existe preconceito o problema é que esse negro, deixou seu lugar comum, não é mais qualquer um, não se dobra a senhor algum.
Não existe preconceito, o problema é que esse negro atravessou à margem, mas não esqueceu sua origem e recusou à maquilagem.
Não existe preconceito o problema é que esse negro, não se engana com mentira, que marginaliza sua cultura, e a verdade transfigura.
Não existe preconceito, o problema é que esse negro resgatou sua história, tem uma África na memória, e um canto de vitória.
Não existe preconceito o problema é que o negro, não sangra mais no tronco, não se engana nem um pouco, não se vende nem quer troco.
Não existe preconceito, o problema é que o negro reclama, pede por mudança, não quer mais saber dessa injustiça e não dá mais para olhá-lo com indiferença.
Não existe preconceito, o problema é que o negro quer sua liberdade, sua luta, sua oportunidade, seu direito à felicidade, como prevê a constituição, porque ele é um cidadão
Se o negro aceitasse sua condição, se ficasse onde estão. se o negro aceita à favela, que é uma extensão da senzala, e se vivesse com que lhe dão de esmola,
Se não reclama seu direito, não existiria preconceito, porque aceita o que lhe é dado, que é o resto... e não o que lhe é de direito.
Meus versos não têm pele, não tem cor, meus versos têm humanidade e amor, meus versos é o canto do oprimidos, meus versos é o grito dos injustiçados, meu versos é um pedido de dignidade e integridade para um homem sofrido.
4 de abril 2008 J.Nunes
MOVIMENTO LITERÁRIO IMPARCIALISMO
JOSE NUNES PEREIRA
Enviado por JOSE NUNES PEREIRA em 29/06/2025
Alterado em 29/06/2025 Comentários
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